RESUMO
A gestão de projetos, inclusive a gestão
de projetos de TI, oferece, como um dos seus
maiores desafios, a questão da liderança.
O presente trabalho tem por tema a liderança
em gestão de pessoas. Foi analisado o
perfil psicológico dos funcionários
de uma empresa e como este influencia na aceitação
de determinados tipos de liderança. Acreditamos
que a busca da excelência na qualidade
de liderar é essencial para uma otimização
dos resultados e para o alcance das metas que
a organização se propõe.
Inicialmente, o estudo aborda a importância
da gestão de pessoas nas organizações
e como o comportamento dentro da empresa pode
se tornar um diferencial no sentido de gerenciamento
na modernidade. Em seguida, o estudo aborda
vários aspectos da liderança,
mostrando as diversas teorias e tipos de liderança.
Complementando, foi feita uma investigação
empírica a partir de entrevistas com
alguns indivíduos a fim de identificar
como cada pessoa se percebe e como essa percepção
influencia na aceitação de determinado
tipo de liderança.
INTRODUÇÃO
A gestão de pessoas baseia-se no fato
de que o desempenho de uma organização
depende fortemente da contribuição
das pessoas que a compõem e da forma
como as pessoas estão organizadas, são
estimuladas e capacitadas, e como são
mantidas num ambiente de trabalho num clima
organizacional adequados. E ainda, como estão
estruturados e organizados os membros da equipe,
de modo a habilitá-los a exercer maior
poder e liberdade de decisão, levando
à maior flexibilidade e à reação
mais rápida as mudanças do mercado.
Atualmente, as organizações possuem
uma visão mais abrangente do papel das
pessoas, antes as pessoas eram vistas simplesmente
como recursos dotados de habilidades, capacidade
e conhecimento para a execução
de tarefas para alcançar os objetivos
da empresa. Hoje, há a percepção
das pessoas como pessoas realmente, ou seja,
dotadas de características próprias
de personalidade, valores, crenças, atitudes,
aspirações e objetivos individuais.
Pessoas fazem parte da organização
e significam talentos que precisam ser desenvolvidos
e mantidos, é o capital intelectual que
leva a organização na direção
que ela determina. Gerir pessoas não
é mais sinônimo de controle e padronização.
Gerir pessoas significa hoje o envolvimento
e o desenvolvimento dos mesmos.
Segundo
Vergara (1999) “nessa nova era
o que se quer são pessoas que tenham
mentalidade global, aceitando e lidando
com as contradições da vida,
lidando com o inesperado, abrindo-se para
si mesmas e para os outros, encontrando
significado no trabalho e permitindo que
outros também encontrem. Parece
claro que tais pessoas devem ter certas
características pessoais capazes
de facilitar o processo de influenciação”. |
Rhinesmith (1993) afirma que o líder
deve ser uma pessoa com conhecimento do negócio
e do ambiente competitivo no qual o negócio
se insere, sensibilidade e capacidade de avaliação,
julgamento de situações, habilidade
reflexiva e flexibilidade. Outra característica
pessoal apontada por Rhinesmith é a disponibilidade
para aprender continuamente.
“Liderança requer humildade
suficiente para se aprender, permanentemente,
a lidar com indivíduos e grupos,
de forma a mobilizá-los por uma
causa, no caso, atrelados as escolhas
da empresa. Espera-se que o líder
da nova era possua múltiplas habilidades,
tanto de natureza comportamental quanto
técnica que, ancoradas em valores
e atitudes, lhe permitam lidar adequadamente
com ambigüidades.” (RHINESMITH,
1993) |
Liderança é a capacidade de exercer
influência sobre indivíduos e grupos.
(VERGARA,1990)
Segundo Resende (2004) “uma qualidade
que faz com que alguém seja capaz de
influenciar ou conduzir pessoas para um objetivo”.
A influência exercida pelo líder
se traduz na busca em atingir os propósitos,
missão e estratégias estabelecidas
pela empresa. Sem uma liderança dificilmente
esses propósitos seriam alcançados,
já que as empresas, como qualquer coletividade,
são movidas por movimentos contrários
de cooperação e conflito, sendo
assim é preciso magnificar a cooperação
e direcionar os conflitos para seus aspectos
contributivos de mudança e de criatividade.
Esse é o papel da liderança. É
um papel integrador.
O presente estudo, elaborado a partir de Monografia
apresentada como um dos requisitos do curso
de especialização em Gerência
de Projetos do NCE/UFRJ, visa analisar o quanto
o perfil psicológico influencia na aceitação
de determinado tipo de liderança.
LIDERANÇA
A necessidade de um processo de liderança
está presente em todas as segmentações
da sociedade. Pais, professores, líderes
religiosos, todos possuem como função
básica a de servirem como líderes
para um grupo de pessoas. A liderança
decorre de uma série de características
essenciais como visão do futuro, autocontrole,
coragem e valores, sendo sua função
primordial a junção das forças
e idéias para a realização
de um bem comum através da motivação
gerada no grupo em que sua influência
é exercida.
Existem diversos tipos de liderança (COUTINHO,2004)
porém os principais são o autocrático,
onde ocorre um autoritarismo maior e menos liberdade
para a equipe, o liberal ou laissez-faire onde
a equipe tem uma liberdade exagerada e o democrático,
com uma liberdade controlada, discussão
constante das idéias e apoio por parte
do líder.
É importante traçar uma relação
líder-subordinado, baseada na empatia
e respeito, sem no entanto, ultrapassar os limites
da relação profissional. O liderado
sente-se seguro e motivado quando vê o
seu líder envolvido no projeto no qual
ele está inserido, quando o líder
conhece o negócio e transmite esse conhecimento
para que o liderado possa desenvolver bem suas
tarefas e quando o líder permite ao seu
liderado que ele faça realmente seu trabalho,
ou seja, permitindo que se comunique, participe
e tome decisões.
Portanto, cabe ao líder não somente
comunicar valores, mas manter relações
honestas, baseadas em confiança e , acima
de tudo, garantir a tradução de
valores e missão em suas ações
e principalmente, em decisões concretas
de negócio.
Para Senge (1998), o papel do líder é
o de projetista, orientador e regente.
· Projetista
– para construir o alicerce da Instituição
com seus propósitos e valores essenciais,
para definir políticas e estratégias,
para criar processos de aprendizagem efetiva.
· Orientador
– para fazer aflorar os modelos mentais
das pessoas e ajudá-las a reestruturar
suas visões da
realidade e, assim, serem capazes de enxergar
as causas subjacentes aos problemas,
aquilo que não está explícito.
· Regente
– para catalisar os esforços das
pessoas para a realização da missão
da Instituição.
Segundo Resende (2004), a liderança
pode ser pensada como: “uma função
de comando” ou “uma qualidade que
faz com que alguém seja capaz de influenciar
ou conduzir pessoas para um objetivo”.
Das teorias existentes sobre liderança
destacamos: a teoria dos traços de personalidade,
a teoria contigencial e a teoria dos estilos
de liderança.
Teoria dos traços de personalidade: segundo
essa teoria, alguns indivíduos já
nascem líderes, ou seja, com determinadas
características físicas (aparência,
estatura, força física), intelectuais
(autoconfiança, entusiasmo, inteligência
elevada), traços sociais (cooperação,
habilidades administrativas e interpessoais)
e traços relacionados com a tarefa (persistência,
impulso de realização e iniciativa).
A Teoria contigencial desfoca a atenção
do líder para o fenômeno da liderança.
Liderança é uma relação
entre líderes, liderados e a situação.
Não se pode falar desses pilares independentemente.
Quando se fala em líder, essa teoria
destaca a questão da autoridade formal
(não garante a liderança, mas
pode facilitá-la) e as características
de personalidade (tanto pode facilitar como
criar obstáculos). Quanto aos liderados,
a teoria aborda a questão das expectativas,
dos interesses e das motivações,
e afirma que aquele que satisfizer essas questões
para os liderados será considerado líder.
E, finalmente, quanto à situação,
ou seja, a organização, a teoria
reforça a importância do cenário
em que o relacionamento de liderança
acontece e a tarefa que está sendo executada.
Teorias dos estilos de liderança: segundo
essa teoria, citada anteriormente, existem três
tipos de liderança: o autocrático,
o democrático e o liberal ou laissez-faire.
- Autocrático:
é o centralizador, possessivo e controlador,
que ilustra o célebre ditado “manda
quem pode, obedece quem tem juízo”.
- Democrático:
permite ao funcionário maior participação,
compartilhando o poder.
- Laissez-faire:
não se envolve com as atividades de áreas
de seus funcionários e exerce pequenas
influências, conhecido como “deixa
rolar”, tendo, portanto, menor visibilidade
por parte dos funcionários.
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