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Liderança em Gestão de Projetos
 
artigos publicados

O perfil psicológico do liderado e seu impacto na relação de liderança

 

Mônica Ferreira, NCE/UFRJ, B.Sc.
Mônica Ferreira da Silva, NCE/UFRJ,M.Sc.

     
 

RESUMO

A gestão de projetos, inclusive a gestão de projetos de TI, oferece, como um dos seus maiores desafios, a questão da liderança. O presente trabalho tem por tema a liderança em gestão de pessoas. Foi analisado o perfil psicológico dos funcionários de uma empresa e como este influencia na aceitação de determinados tipos de liderança. Acreditamos que a busca da excelência na qualidade de liderar é essencial para uma otimização dos resultados e para o alcance das metas que a organização se propõe. Inicialmente, o estudo aborda a importância da gestão de pessoas nas organizações e como o comportamento dentro da empresa pode se tornar um diferencial no sentido de gerenciamento na modernidade. Em seguida, o estudo aborda vários aspectos da liderança, mostrando as diversas teorias e tipos de liderança. Complementando, foi feita uma investigação empírica a partir de entrevistas com alguns indivíduos a fim de identificar como cada pessoa se percebe e como essa percepção influencia na aceitação de determinado tipo de liderança.

INTRODUÇÃO

A gestão de pessoas baseia-se no fato de que o desempenho de uma organização depende fortemente da contribuição das pessoas que a compõem e da forma como as pessoas estão organizadas, são estimuladas e capacitadas, e como são mantidas num ambiente de trabalho num clima organizacional adequados. E ainda, como estão estruturados e organizados os membros da equipe, de modo a habilitá-los a exercer maior poder e liberdade de decisão, levando à maior flexibilidade e à reação mais rápida as mudanças do mercado. Atualmente, as organizações possuem uma visão mais abrangente do papel das pessoas, antes as pessoas eram vistas simplesmente como recursos dotados de habilidades, capacidade e conhecimento para a execução de tarefas para alcançar os objetivos da empresa. Hoje, há a percepção das pessoas como pessoas realmente, ou seja, dotadas de características próprias de personalidade, valores, crenças, atitudes, aspirações e objetivos individuais. Pessoas fazem parte da organização e significam talentos que precisam ser desenvolvidos e mantidos, é o capital intelectual que leva a organização na direção que ela determina. Gerir pessoas não é mais sinônimo de controle e padronização. Gerir pessoas significa hoje o envolvimento e o desenvolvimento dos mesmos.

Segundo Vergara (1999) “nessa nova era o que se quer são pessoas que tenham mentalidade global, aceitando e lidando com as contradições da vida, lidando com o inesperado, abrindo-se para si mesmas e para os outros, encontrando significado no trabalho e permitindo que outros também encontrem. Parece claro que tais pessoas devem ter certas características pessoais capazes de facilitar o processo de influenciação”.

 



 

Rhinesmith (1993) afirma que o líder deve ser uma pessoa com conhecimento do negócio e do ambiente competitivo no qual o negócio se insere, sensibilidade e capacidade de avaliação, julgamento de situações, habilidade reflexiva e flexibilidade. Outra característica pessoal apontada por Rhinesmith é a disponibilidade para aprender continuamente.

“Liderança requer humildade suficiente para se aprender, permanentemente, a lidar com indivíduos e grupos, de forma a mobilizá-los por uma causa, no caso, atrelados as escolhas da empresa. Espera-se que o líder da nova era possua múltiplas habilidades, tanto de natureza comportamental quanto técnica que, ancoradas em valores e atitudes, lhe permitam lidar adequadamente com ambigüidades.” (RHINESMITH, 1993)

 

 

 

Liderança é a capacidade de exercer influência sobre indivíduos e grupos. (VERGARA,1990)
Segundo Resende (2004) “uma qualidade que faz com que alguém seja capaz de influenciar ou conduzir pessoas para um objetivo”.

A influência exercida pelo líder se traduz na busca em atingir os propósitos, missão e estratégias estabelecidas pela empresa. Sem uma liderança dificilmente esses propósitos seriam alcançados, já que as empresas, como qualquer coletividade, são movidas por movimentos contrários de cooperação e conflito, sendo assim é preciso magnificar a cooperação e direcionar os conflitos para seus aspectos contributivos de mudança e de criatividade. Esse é o papel da liderança. É um papel integrador.

O presente estudo, elaborado a partir de Monografia apresentada como um dos requisitos do curso de especialização em Gerência de Projetos do NCE/UFRJ, visa analisar o quanto o perfil psicológico influencia na aceitação de determinado tipo de liderança.

LIDERANÇA

A necessidade de um processo de liderança está presente em todas as segmentações da sociedade. Pais, professores, líderes religiosos, todos possuem como função básica a de servirem como líderes para um grupo de pessoas. A liderança decorre de uma série de características essenciais como visão do futuro, autocontrole, coragem e valores, sendo sua função primordial a junção das forças e idéias para a realização de um bem comum através da motivação gerada no grupo em que sua influência é exercida.

Existem diversos tipos de liderança (COUTINHO,2004) porém os principais são o autocrático, onde ocorre um autoritarismo maior e menos liberdade para a equipe, o liberal ou laissez-faire onde a equipe tem uma liberdade exagerada e o democrático, com uma liberdade controlada, discussão constante das idéias e apoio por parte do líder.

É importante traçar uma relação líder-subordinado, baseada na empatia e respeito, sem no entanto, ultrapassar os limites da relação profissional. O liderado sente-se seguro e motivado quando vê o seu líder envolvido no projeto no qual ele está inserido, quando o líder conhece o negócio e transmite esse conhecimento para que o liderado possa desenvolver bem suas tarefas e quando o líder permite ao seu liderado que ele faça realmente seu trabalho, ou seja, permitindo que se comunique, participe e tome decisões.

Portanto, cabe ao líder não somente comunicar valores, mas manter relações honestas, baseadas em confiança e , acima de tudo, garantir a tradução de valores e missão em suas ações e principalmente, em decisões concretas de negócio.

Para Senge (1998), o papel do líder é o de projetista, orientador e regente.

    · Projetista – para construir o alicerce da Instituição com seus propósitos e valores     essenciais, para definir políticas e estratégias, para criar processos de aprendizagem efetiva.
    
    · Orientador – para fazer aflorar os modelos mentais das pessoas e ajudá-las a reestruturar     suas visões da realidade e, assim, serem capazes de enxergar as causas subjacentes aos     problemas, aquilo que não está explícito.
    
   · Regente – para catalisar os esforços das pessoas para a realização da missão da     Instituição.

Segundo Resende (2004), a liderança pode ser pensada como: “uma função de comando” ou “uma qualidade que faz com que alguém seja capaz de influenciar ou conduzir pessoas para um objetivo”.

Das teorias existentes sobre liderança destacamos: a teoria dos traços de personalidade, a teoria contigencial e a teoria dos estilos de liderança.

Teoria dos traços de personalidade: segundo essa teoria, alguns indivíduos já nascem líderes, ou seja, com determinadas características físicas (aparência, estatura, força física), intelectuais (autoconfiança, entusiasmo, inteligência elevada), traços sociais (cooperação, habilidades administrativas e interpessoais) e traços relacionados com a tarefa (persistência, impulso de realização e iniciativa).

A Teoria contigencial desfoca a atenção do líder para o fenômeno da liderança. Liderança é uma relação entre líderes, liderados e a situação. Não se pode falar desses pilares independentemente. Quando se fala em líder, essa teoria destaca a questão da autoridade formal (não garante a liderança, mas pode facilitá-la) e as características de personalidade (tanto pode facilitar como criar obstáculos). Quanto aos liderados, a teoria aborda a questão das expectativas, dos interesses e das motivações, e afirma que aquele que satisfizer essas questões para os liderados será considerado líder. E, finalmente, quanto à situação, ou seja, a organização, a teoria reforça a importância do cenário em que o relacionamento de liderança acontece e a tarefa que está sendo executada.

Teorias dos estilos de liderança: segundo essa teoria, citada anteriormente, existem três tipos de liderança: o autocrático, o democrático e o liberal ou laissez-faire.

    - Autocrático: é o centralizador, possessivo e controlador, que ilustra o célebre ditado “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
    - Democrático: permite ao funcionário maior participação, compartilhando o poder.
    - Laissez-faire: não se envolve com as atividades de áreas de seus funcionários e exerce pequenas influências, conhecido como “deixa rolar”, tendo, portanto, menor visibilidade por parte dos funcionários.

 

 
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