Sistemas
de Informação têm enorme
potencial de trazer benefícios. Mas também
podem trazer muitos prejuízos quando
feitos de forma errada. Um sistema de alta tecnologia
inclui vários elementos: software, hardware,
pessoal, base de dados, documentação
e procedimentos. A Engenharia de Sistemas ajuda
a traduzir as necessidades de negócio
num modelo de sistema que faz uso de um ou mais
destes elementos (PRESSMAN, 2001). Este artigo
apresenta resumidamente os principais conceitos
da Engenharia de Sistemas e os projetos desenvolvidos
pelo grupo de pesquisa em Gestão Estratégica
de Tecnologia da Informação (GETI)
que faz parte da linha de pesquisa em Sistemas
de Informação do Programa de Mestrado
em Informática do IM/DCC/NCE/UFRJ.
1. Modelagem de Negócios
Um modelo é uma simplificação
da realidade. Construímos modelos para
compreender melhor o sistema que estamos desenvolvendo.
Segundo (ERIKSSON; PENKER, 2000), um modelo
do negócio é uma abstração
do funcionamento do próprio negócio.
Tal modelo é composto por: objetivos,
recursos, processos e regras (figura 1).
· Objetivos
- são os propósitos do negócio,
ou simplesmente, o resultado que toda a organização
deseja atingir.
· Recursos -
constituem os objetos utilizados em um negócio,
tais como pessoa, material, informação
ou produto.
· Processos
- constituem um conjunto de atividades estruturadas
para que um produto (bem ou serviço)
seja gerado.
· Regras –
são declarações que restringem,
derivam e fornecem condições de
existência, representando o conhecimento
do negócio.
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Figura
1: Os objetos que compõem
um negócio |
2. Modelagem de Sistemas de Informação
Assim como ocorre na modelagem de negócio,
utilizamos um modelo para representar os componentes
de um sistema de informação. Para
guiar a modelagem de sistemas de informação,
várias metodologias foram criadas. Sendo
assim, destacamos neste trabalho a Metodologia
Rápida para o Desenvolvimento de Sistemas
(MRDS) (SILVEIRA; SCHMITZ, 2000) que tem como
objetivo diminuir a quantidade de documentos
produzidos na construção de um
sistema de qualidade.
Nesta metodologia, o desenvolvimento é
dividido em duas fases. A primeira é
a definição do Modelo de Requisitos
que tem por objetivo definir quais são
as funcionalidades esperadas pelo software.
Ela é formada pelo Modelo de Casos de
Uso, Modelo de Domínio e as Maquetes
do sistema. Já a segunda fase, chamada
de Modelo de Análise e Projeto, tem como
objetivo transformar o Modelo de Requisitos
na definição dos módulos
componentes do software. Esta fase é
composta pelo Modelo Estático (classes)
e Modelo Dinâmico (seqüência
e estados). Cada uma destas fases deve ser realizada
de forma iterativa, repetindo os passos várias
vezes até que se obtenha um modelo completo
e consistente (SILVEIRA; SCHMITZ, 2000).
3. A Relação entre a
Modelagem de Negócios e a Modelagem de
Sistemas de Informação
De acordo com (STERGIOU; JOHNSON, 1998), a
modelagem de negócio tem sido amplamente
discutida e praticada. Entretanto, os autores
mencionam a existência de um “vazio”
entre os negócios e os sistemas de informação
que suportam o negócio. Neste contexto,
acreditamos que ainda há algum caminho
a percorrer para que a ligação
entre estes dois modelos possa ser percorrida
sem sobressaltos.
Um bom sistema de informação
pode ser uma vantagem competitiva do negócio,
porém se o sistema não atende
às necessidades do negócio, este
pode ter seu desempenho prejudicado. Esse é
o motivo, segundo (BUBENKO; WANGLER, 1993),
do início de uma troca de paradigma da
engenharia de sistemas orientada à tecnologia
para estruturas orientadas ao modelo do negócio.
4. Projetos do Grupo
Buscando facilitar a modelagem e o desenvolvimento
de novos sistemas, o grupo GETI vem desenvolvendo
algumas ferramentas que tratam os assuntos abordados
nas seções anteriores. A seguir
serão descritas as principais funcionalidades
dessas ferramentas.
4.1. Régula
A ferramenta Régula (DIAS et al, 2004)
possibilita a captura, a gerência e a
representação de Regras de Negócio.
A captura das regras é realizada através
de templates em Português Estruturado,
permitindo que um especialista do negócio
possa descrever as regras de uma forma clara
e não ambígua. Para cadastrar
as regras, o especialista utiliza um construtor
de sentenças, como mostrado na figura
2. Essas regras cadastradas são, então,
mapeadas para regras em código Prolog,
que é executável e que pode ser
utilizado em um sistema de informação.
Todas as regras são descritas utilizando
os termos já cadastrados na ferramenta,
havendo um módulo de termos para que
estes sejam especificados. A partir da definição
dos termos do negócio, o Régula
gera um modelo conceitual.
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Figura
2: Construindo uma Regra de Negócio
no Régula |
A ferramenta também disponibiliza um
módulo de consulta às regras,
executando o código em Prolog para resolver
as consultas através de inferência.
Esse módulo ainda está em construção,
possibilitando atualmente apenas as consultas
a alguns tipos regras.
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