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Femac – Ferramenta de Exibição de Modelos e Apoio ao Cliente

 

Irene Madeira, M.Sc.
Analista de Sistemas, NCE/UFRJ

Márcia Cristina de Andrade Soeiro
Analista de Sistemas, NCE/UFRJ

Lynton Lara Espinoza
Graduando, DCC/UFRJ

André Felipe Engelbrecht Ferreira
Graduando, DCC/UFRJ

     
 

A tarefa de conceber e implementar TI (Tecnologia de Informação) tem sido, ao longo do tempo, uma árdua e nem sempre bem sucedida empreitada. Geralmente, os erros que levam a tal situação começam já na fase de concepção, e muitas vezes, só vão ser notados em sua implantação.

Acreditamos que tais problemas, em sua grande maioria, advenham da deficiência na comunicação com o futuro dono da TI durante o trabalho de entendimento de suas reais necessidades. E na tentativa de diminuir tal deficiência, adotamos a filosofia de primeiramente conhecer com detalhes em que situação e ambiente tal TI irá atuar a fim de determinar melhor o seu perfil.

Essa filosofia consiste em construir TI (Tecnologia de Informação) de forma ecológica, ou seja, alinhada aos Processos de Trabalho onde as mesmas atuarão. Acreditamos que dessa forma estaremos produzindo exatamente aquela TI que o nosso cliente necessita para melhorar o desempenho na execução de suas atividades, nem mais nem menos. Isso significa entender e registrar os Processos de Trabalho da Organização antes de definir onde e que tipo de TI ela necessita.

É claro que ao desenharmos e documentarmos os Processos de Trabalho de uma organização vários outros benefícios podem ocorrer, dentre eles estão: o entendimento por toda a organização das atividades desempenhadas em cada processo; o estabelecimento do perfil adequado para o executante de cada atividade; o surgimento de possíveis melhorias nos processos, independentes de tecnologia; etc.

Para conseguirmos levantar todo esse material é imprescindível realizarmos um trabalho conjunto entre o grupo de analistas e desenvolvedores de TI e o grupo de pessoas da organização em foco conhecedoras dos Processos de Trabalho.
Com o passar do tempo percebemos que realizar essa interação através somente de reuniões inviabilizaria o nosso intento já que:
- Nem sempre o cliente consegue disponibilizar o seu pessoal na hora marcada. O que acaba por desestimular os dois grupos de participantes;
- O material elaborado, com o tempo, passa a agregar valor ao ambiente organizacional já que documenta os seus trâmites e procedimentos;

Enfim, verificamos que precisávamos dispor de um ferramental que possibilitasse:
- Disponibilizar, desde a documentação dos Processos de Trabalho, até a especificação dos Casos de Uso de TI que dariam suporte às atividades destes processos;
- Servir como meio de comunicação entre o grupo de TI e o grupo cliente, através de um trabalho cooperativo;
- Servir como repositório de informações relevantes para o desenvolvedor de TI;
- Buscar um forte comprometimento de cada membro dos dois grupos envolvidos, atribuindo responsabilidades pelo conteúdo de cada documento gerado, além da responsabilidade pela participação no andamento dos trabalhos.

Buscamos, a princípio, uma solução no mercado, que logo foi descartada por três questões fundamentais: falta de recursos na época para investir na compra; importância da viabilização do trabalho cooperativo, via recursos computacionais; criação do nosso próprio padrão para especificação de Casos de Uso e de especificação de métodos para as classes de objetos onde houvesse também auxílio de hiperlinks.

A solução adotada foi desenvolver a FEMAC - Ferramenta de Exibição de Modelos e Apoio ao Cliente. Ela gera um site onde parte das informações provém dos modelos produzidos pelo Provision, que tem sido a ferramenta com a qual fazemos a modelagem dos Processos de Trabalho.

A FEMAC permite ao usuário navegar pelos modelos ou diretamente por listas, possibilitando dessa forma uma compreensão completa desde o Processo de Trabalho até a especificação dos Casos de Uso que darão apoio a esses Processos de Trabalho. A ferramenta apresenta dois níveis de detalhes: o primeiro destinado ao cliente e ao analista de negócios e o segundo destinado ao desenvolvedor de TI.

Quanto à especificação de Casos de Uso, criamos uma página com um padrão específico contendo essencialmente: identificação, histórico, Processos de Trabalho e grupo de pessoas da organização a que atende; pré-condições de uso; fluxo principal, fluxos alternativos e fluxos de exceção que executa; pós-condições de uso; notas de implementação; e regras de negócio a obedecer.

A FEMAC possui também um tutorial, que além de orientar o usuário no seu uso, contém um glossário com todos os termos e jargões inerentes ao negócio do cliente. Vale ressaltar que este Glossário está em continuo processo de construção/revisão.

Para funcionar como ferramenta de colaboração, foram introduzidos nesta primeira versão alguns recursos específicos tais como:
- Uma página de notícias onde são exibidas informações de interesse geral sobre o andamento dos trabalhos;
- Um fórum de discussão onde, após analisar ou elaborar determinado documento, qualquer membro de ambos os grupos, cliente ou desenvolvedor, pode catalogar questões a serem respondidas por qualquer um que detenha o conhecimento necessário sobre o assunto em questão;
- Dentro da especificação dos Casos de Uso os dois grupos podem também formular e/ou responder a dúvidas pertinentes ao Caso de Uso em questão e fazer observações específicas através de e-mail ou utilizando-se do Fórum;
- Além disso, todos podem ter noção de como anda o trabalho através de um quadro que indica o andamento das especificações, desde sua concepção até a sua liberação para uso; quem é o responsável por cada fase, seu início e seu término, etc.

Cada especificação de Caso de Uso contém também hiperlinks para protótipos de interface, regras de negócio, métodos das classes de objetos que manipulam (sendo estes últimos só visíveis pelos desenvolvedores), etc.

Sua primeira versão já se encontra em uso pela Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ com o objetivo de construirmos um Sistema de Informação para o trabalho de Gestão Orçamentária. Após sua implantação relacionamos um conjunto de melhorias que pretendemos implementar nas próximas versões.

Esperamos que a sua implantação traga um maior estímulo ao cliente no que tange ao trabalho de colaboração bem como um reaquecimento nas interações através de reuniões presenciais. Só que estas reuniões agora tenderão a ser mais produtivas já que o cliente poderá estudar previamente determinado documento, fazer suas anotações iniciais e refiná-lo junto com o desenvolvedor, a qualquer hora, antes que uma reunião tenha que ser agendada.

A concepção e a implementação dessa ferramenta pelo grupo IPÊ se deve, não só à experiência que este vem adquirindo com a aplicação desta filosofia na construção de TI nos últimos três anos, mas certamente também pelo trabalho de colaboração que tem desenvolvido com o professor Amauri Marques da Cunha no LIPO (Laboratório de Informatização de Processos das Organizações). Esta experimentação aqui relatada foi divulgada no informativo técnico do NCE – Conceito de julho/agosto de 2005, n° 1 - no artigo “Como Melhorar as Soluções de TI através do Conceito de Processo de Trabalho” que pode ser visto em: http://www.nce.ufrj.br/conceito/artigos/2005/05-1.htm.
Agradecemos também o treinamento recebido do professor Jonas Knopman em UML e orientação a objetos.

Equipe:
André Felipe Engelbrecht Ferreira
Antônio César do Nascimento
Edmilson Marques da Silva
Irene Madeira Garcia Menezes
Luis Carlos Lopes Silva Junior
Lynton Lara Espinoza
Márcia Cristina de Andrade Soeiro
Rafael Elias de Lima Escalfoni
Ronaldo Pinheiro de Souza
Vanessa Salim Taouk
Victor César Paixão Santos
Vitor Pires Lopes

 
 
         
 
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