Filosofia

 

As raízes filosóficas da ciência cognitiva são encontradas no século dezessete, quando os filósofos começaram a encontrar novas maneiras de resolver os problemas sobre a natureza do pensamento e da mente. Começaram, então, os debates sobre a relação entre mente e corpo, linguagem e pensamento, entre pensamentos ou percepções e objetos pensados ou percebidos e idéias inatas e adquiridas. Na discussão dessas idéias destacam-se as figuras de René Descartes e Thomas Hobbes.

Descartes afirmava que, para conhecermos a verdade, é preciso, de início, colocarmos todos os nossos conhecimentos em dúvida, questionando tudo para, criteriosamente, analisarmos se, de fato, existe algo na realidade de que possamos ter plena certeza.

Fazendo uma aplicação metódica da dúvida, considerou como incertas todas as percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos materiais. Estabeleceu que a única verdade totalmente livre da dúvida era a seguinte: meus pensamentos existem. Disto decorre sua célebre frase: "Penso, logo existo". Desse modo, o pensamento (consciência) é algo mais certo do que a existência (matéria corporal).

Baseando-se neste princípio, toda filosofia posterior que sofreu a influência de Descartes assumiu uma tendência idealista, isto é, uma tendência para valorizar a atividade do sujeito pensante sobre o objeto pensado.

Com o seu método da dúvida crítica (dúvida cartesiana), abalou profundamente o edifício do conhecimento estabelecido. Descartes celebrizou-se não pelas questões que resolveu, mas pelos problemas que formulou.

Já Thomas Hobbes acreditava que o pensamento pode ser compreendido como um tipo de cálculo, talvez inconsciente, usando operações formais em símbolos armazenados na mente. Os modelos de mente de Hobbes e de Descartes se completam como um prótotipo para a ciência cognitiva contemporânea. Podemos pensar nos estágios e processos mentais como objetos matemáticos e as operações que a nossa mente desempenha neles quando pensamos, como computações. Esses frutos da filosofia do século XVII contém as sementes da ciência cognitiva contemporânea.

Estudos ontológicos

A ontologia da mente é o estudo da natureza dos processos e estados psicológicos e da sua relação com os processos e estados físicos. Os quatro principais problemas ontológicos levantados pela ciência cognitiva são os seguintes:

Estudos epistemológicos

A epistemologia é o ramo da Filosofia interessado na natureza, estrutura e origem do conhecimento. Tradicionalmente, os maiores estudos epistemológicos realizados pelos filósofos da ciência cognitivos estavam relacionados com a análise do conceito de conhecimento e com a justificativa da sua existência. Mas a ciência cognitiva forçou uma reorientação do foco dos estudos e as pesquisas sobre estruturação e organização do conhecimento tornaram-se centrais.

Logo, percebemos que a Filosofia não é uma simples comentarista das atividades de outras disciplinas, mas ajuda a definir problemas, criticar modelos e sugerir o caminho dos questionamentos.

Para saber mais:

Livros e publicações:

STILLINGS, Neil A. Cognitive Science: an introduction. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, 1989.

GARDNER, Howard. A nova ciência da mente. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.

Links:

http://www.geocities.com/discursus/html/cognitiv.html

Página de um curso de Ciência cognitiva com resumos de partes do livro "A nova ciência da mente" de Howard Gardner, além do "Como a mente funciona", de Steven Pinker e "Mente" de Thagard, escritos por Antônio Rogério da Silva.

http://www.geocities.com/discursus/html/contempo.html

Página sobre filosofia contemporânea, discutindo temas como ciência cognitiva, epistemologia, ética, política, filosofia da linguagem, metafísica, psicologia e teoria da escolha racional.

http://www.ufscar.br/~djte/

Indicações de livros, artigos e alguns links sobre "Filosofia da mente e ciência cognitiva" da Universidade Federal de São Carlos.

http://critica.no.sapo.pt/filos_mente.html

A Crítica é uma central de filosofia e cultura que coloca à disposição de professores, estudantes e outras pessoas interessadas alguns instrumentos necessários para estudar filosofia: artigos de divulgação, materiais didáticos para estudantes e professores, artigos de investigação, guias bibliográficos, críticas a livros, teses de mestrado e doutoramento, etc.

http://www.u.arizona.edu/~chalmers/biblio.html

Esta página possui referências dos mais recentes trabalhos em filosofia da mente, filosofia da ciência cognitiva, filosofia da inteligência artificial e consciência. Em inglês.

http://socrates.berkeley.edu/~jsearle/

Página do professor de filosofia da mente e linguagem da Universidade da California, John R. Searle.

http://socrates.berkeley.edu/~hdreyfus/

Página do professor do departamento de filosofia da Universidade da Califórnia, Hubert Dreydus.

http://www.cobra.pages.nom.br/filmod.html

Vida, época, pensamento e obras de filósofos contemporâneos e modernos escrito por Rubem Queiroz Cobra.

http://www.filosofia.pro.br/

Portal Brasileiro da Filosofia e filosofia na educação.

http://www.mundodosfilosofos.com.br/

Mundo dos Filósofos, textos sobre as várias épocas da Filosofia, Clássica, Latina, Cristã, Moderna, Contemporânea e Mitologia greco-romana.

http://www.fcsh.unl.pt/hp/end/filos.htm

"Ligações de ciências sociais e humanas". Página com links separados por áreas científicas, dentre elas, Filosofia e Lingüística.

http://www.utm.edu/research/iep/

The Internet Encycopedia of Philosophy - Informações sobre os filósofos mais importantes e sobre vários assuntos dessa área.

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