
Lembranças de estudantes
Bruno Veiga/Strana
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PAULO NIEMEYER, 86 anos,
neurocirurgião, provedor da Santa Casa de Misericórdia há doze
anos, local onde trabalha há setenta anos.
Currículo: o primário foi feito em casa, sob a
supervisão de uma tia que desenvolveu um método de
alfabetização, aprovado pelo MEC. O ginásio e o científico
foram cursados no Colégio Liceu Franco Brasileiro, em
Laranjeiras. Concluiu os estudos aos 16 anos, e logo a seguir
entrou para a Faculdade Nacional de Medicina.
Matérias em que mais se destacou: biologia e
química.
Nota
mais baixa que tirou: em latim e história do Brasil, por
serem matérias que dependiam de decoreba.
O que
aprendeu na escola: "Embora o aprendizado fosse
médio, existia o lado social, a afetividade entre professores
e alunos".
Dilmar
Cavalher/Strana
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SÉRGIO BESSERMAN VIANA, 43 anos,
presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Currículo: English Course for Children, em
Botafogo (primário), Curso Goiás (admissão) e Colégio de
Aplicação da UFRJ (ginásio e científico).
Matérias em que mais se destacou: geografia,
história e literatura.
Nota
mais baixa que tirou: 2,5 em francês no 1º ginasial.
O que
aprendeu na escola: "A procurar mais de uma forma de
abordagem para tudo. Lembro com carinho de diversos
professores e das artes que aprontava na escola: o porradobol,
um tipo de jogo onde se chutava a bola e todas as crianças
corriam ao mesmo tempo para chutá-la; e de quando passei duas
semanas sem conseguir dormir, preocupado com o porteiro da
escola, senhor Nogueira, que levou uma pedrada de alunos do
movimento estudantil depois que eu dei um grito para
distraí-lo".
Dilmar Cavalher/Strana
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GABRIEL CONTINO (GABRIEL, O
PENSADOR), 27 anos, músico e cantor, fez dois períodos de
jornalismo na Pontifícia Universidade Católica
(PUC-Rio).
Currículo: Colégio Santo André, no Humaitá (1ª à 4ª série do 1º
grau), Colégio Senador Corrêa, em Laranjeiras (5ª série do 1º
grau), Colégio Andrews, em Botafogo ( 6ª à 8ª série do 1º
grau), Colégio Veiga de Almeida, na Barra da Tijuca (1º e 2º
ano do 2º grau), e Curso Impacto, na Tijuca (3º ano e
pré-vestibular).
Matérias em que mais se destacou: redação e português.
Nota mais baixa que tirou: em
química e matemática, na 5ª série.
O que aprendeu na escola: "A
conviver em grupo. A escola te ensina, na prática, os limites
do respeito. Foi na adolescência que descobri quanto gostava
de escrever e fui muito incentivado pelos meus
professores".
Arthur Cavaliere/Strana
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SERGIO MACHADO, 52 anos,
presidente da Editora Record e economista.
Currículo: Escola Municipal Henrique Dodsworth,
em Ipanema (da 1ª à 4ª série primária), e Colégio de Aplicação
da UFRJ, na Lagoa (do 1º ano do ginásio ao 3º ano científico).
Matéria
em que mais se destacou: biologia.
Nota
mais baixa que tirou: 4 em matemática no 1º ano
científico, o que provocou sua ida para a segunda época.
O que
aprendeu na escola: "Sinto-me agradecido pelo ensino que
tive no Cap, principalmente pela motivação ao estudo e por
poder viver num ambiente democrático, onde as idéias eram
discutidas livremente. Foi lá que aprendi a pesquisar, a
buscar respostas, mesmo que elas não estivessem certas, e a
não ficar jamais satisfeito com o que vem pronto. Esse
aprendizado me levou a ser um anticonformista".
Alexandre
Sant'Anna/Strana
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ANNA PAULA MARTINS, 33 anos,
livreira e dona da Editora Dantes.
Currículo: Colégio São Paulo, em Ipanema (até a
4ª série do 1º grau), Colégio Teresiano, na Gávea (da 5ª série
do 1º grau ao 1º ano do 2º grau), e Colégio Bahiense (dois
últimos anos do 2º grau).
Matérias em que mais se destacou: português,
história e geografia.
Nota
mais baixa que tirou: 5 em química, quando estava no 2º
grau.
O que
aprendeu na escola: "O ensino do português com a
professora Glorinha, no Colégio Teresiano, era todo feito à
base de leitura de muitos livros, de vários tipos. Li desde
Graciliano Ramos até Agatha Christie e depois fazíamos
trabalhos, como corte e colagem, cartazes, músicas etc. Era
muito prazeroso. Acho que vem daí essa forma despojada que eu
tenho de encarar a literatura, de como trabalhar o
livro".
André Nazareth/Strana
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FLÁVIA QUARESMA, 33 anos,
chef de cozinha, dona dos restaurantes Bistrô
Careme, em Botafogo, e Eça, no centro da cidade.
Currículo: Escola Parque, na Gávea (da educação
infantil até a 2ª série do 1º grau), Colégio São Fernando, em
Botafogo, que não existe mais (da 2ª à 5ª série do 1º grau), e
Colégio Gimk, no Leblon (da 6ª série do 1º grau ao término do
2º grau).
Matérias em que mais se destacou: sempre gostou
de idiomas, por isso se destacava nas aulas de inglês e de
francês.
Nota
mais baixa que tirou: 3 em matemática na 8ª série. Na
época, havia cismado que não conseguiria aprender nada daquela
matéria.
O que
aprendeu na escola: "No Gimk tive um conhecimento geral e
aprendi a valorizar as amizades".
Mirian Fichtner
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CARLOS SCHERR, 45 anos,
cardiologista, diretor do Instituto Nacional de Cardiologia e
membro do Colégio Americano de Cardiologia.
Currículo: Escola Municipal Christiano Hamann,
na Gávea (primário), Colégio Estadual Infante Dom Henrique, em
Copacabana (ginásio), Colégio Andrews (até o 2º ano
científico) e Curso Miguel Couto Bahiense (3º ano do
científico).
Matérias em que mais se destacou: geografia,
história e biologia.
Nota
mais baixa que tirou: matemática, no científico, mas nunca
ficou em segunda época.
O que
aprendeu na escola: "Com 15 anos, estudava no Andrews e
descobri que estava com um câncer de fêmur. Tive muito apoio
dos professores, coordenadores e alunos. A lição maior foi
aprender que a vida pode mudar a qualquer momento. Foi no
Andrews que comecei a pensar em fazer medicina".
Ricardo Fasanello/Strana
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LEANDRA LEAL,
18 anos, atriz. Foi aprovada no
vestibular para sociologia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, história na Uerj, cinema na Estácio e está cursando a
Faculdade de Dança Angel Vianna.
Currículo: sempre estudou na Escola Parque, na Gávea, onde fez o
1º e o 2º graus.
Matérias em que mais se destacou: história e
geografia.
Nota mais baixa que tirou: quando estava no 2º ano do 2º grau, tirou várias notas
vermelhas em química. Na época, a atriz estava trabalhando
muito na televisão. Leandra conta que acabou ficando doente no
fim do ano letivo.
O que aprendeu na escola: "Minha escola sempre foi muito bacana e eu sempre me
lembrarei dela com muito carinho. Lá fiz amigos que são
marcantes na minha vida. A escola também despertou em mim o
senso crítico".
André Nazareth/Strana
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ANTÔNIO BERNARDO, 53 anos,
designer de jóias. Fez dois anos de engenharia na PUC e
abandonou o curso.
Currículo: Escola Americana, então no Leblon
(primário), Colégio Militar do Rio de Janeiro, na Tijuca
(ginásio até o 2º ano do científico), e Curso Vetor (3º ano do
científico e pré-vestibular).
Matérias em que mais se destacou: inglês, por
ter sido alfabetizado na língua inglesa, e física, no
científico.
Nota
mais baixa que tirou: 3 em português no 1º ano ginasial.
Para ele, a transição entre a Escola Americana e o Colégio
Militar foi muito difícil, sobretudo nas matérias que tinham
referência na cultura brasileira, como história e português.
O que
aprendeu na escola: "Tive uma educação bastante eclética.
Enquanto no primário vivenciei os valores da cultura
americana, abrindo meu horizonte para o mundo, no ginásio e no
científico aprendi a disciplina e a organização
militares".
Dilmar Cavalher/Strana
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MARISA MONTE, 33 anos, cantora
e compositora.
Currículo: estudou no Externato São Patrício, no
Humaitá (do CA até a 4ª série do 1º grau), e no Colégio
Andrews (da 5ª série do 1º grau ao 3º ano do 2º grau).
Matérias em que mais se destacou: inglês,
francês e português.
A
Nota mais baixa que tirou: no 2º grau ficou em
recuperação algumas vezes, mas nunca chegou a repetir o ano.
Ela conta que, nessa época, já estava envolvida com música e
com atividades teatrais. Por isso, muitas vezes chegava em
casa tarde da noite, o que acabou prejudicando um pouco nos
estudos.
O que
aprendeu na escola: "Aprendi a valorizar o convívio social
e tive a oportunidade de criar grandes amizades, que
permanecem comigo até hoje".
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