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Edição Especial . 22 de maio de 2002
 
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A CAMPEÃ DO ENSINO MÉDIO

O Magnum Agostiniano
é jovem e eficiente

Com apenas sete anos de funcionamento,
o colégio ganha o título de a melhor
instituição de ensino médio da cidade

Lívia de Almeida

 
Fotos Nélio Rodrigues

Xadrez no Magnum: item do currículo para incentivar o raciocínio e a concentração

Quem vive nas imediações da Rua São Gonçalo, em Cidade Nova, acompanha facilmente o cotidiano do Colégio Magnum Agostiniano, que oferece o melhor ensino médio da capital mineira, segundo a pesquisa VEJA Belo Horizonte-Ipsos Marplan. Os muros que tradicionalmente costumam cercar os educandários ali deram lugar a grades que desvendam o burburinho do recreio e a agitação nas quadras esportivas. Trocar a impenetrabilidade dos muros pela transparência das grades foi uma opção que revela um pouco do que pensava o diretor-geral José Bruña Alonso ao fundar a escola, em 1995. "Queria comandar uma escola aberta, que estivesse em permanente contato com as famílias e as comunidades", conta. Alonso, um ex-padre, deixou o posto de diretor-geral do Colégio Santo Agostinho em 1994, depois de 34 anos de casa. Ao sair, acabou adquirindo a unidade de Cidade Nova. Nascia o Magnum Agostiniano, uma instituição católica administrada por leigos. "As escolas religiosas vivem uma crise, pois têm dificuldade de mudar seu estilo de gerência", ele diz. "Organizei o Magnum para ser uma empresa dinâmica e inovadora, com personalidade própria."

 

Aula de biologia na Fundação Zoobotânica: ênfase no trabalho de campo

No comando, Alonso fez bem mais que derrubar muros e mudar o nome. Para começar, investiu em uma completa modernização das instalações, implantando bem equipados laboratórios de física, química e informática. Até então, as aulas práticas de ciências limitavam-se ao laboratório de biologia, que por sua vez também foi modernizado. Hoje um computador acoplado ao microscópio do professor permite que toda a turma acompanhe suas explicações por uma tela de televisão. O parque esportivo, que inclui duas piscinas aquecidas e quadras, ganhou um ginásio com 2 500 lugares, batizado com o nome do diretor-geral, um veloz ponta-direita que chegou a ser sondado pelo Atlético Mineiro nos tempos em que ainda usava batina. A educação infantil ganhou um prédio novo, o Magnito, com playground futurístico, brinquedoteca, cozinha pedagógica e jogo de xadrez gigante.

A infra-estrutura renovada caiu nas mãos de uma equipe altamente experiente, herdada do Santo Agostinho Cidade Nova, que se reúne com freqüência para discussões, avaliação e desenvolvimento de projetos multidisciplinares: no ano passado foram mais de 100 horas de reuniões. "As mudanças foram incrivelmente rápidas e contaram com a participação dos docentes", diz Marta Teixeira, professora de português veterana dos tempos do Santo Agostinho. "Agora temos a nosso alcance todos os recursos, do giz à internet." Na sala dos professores, além de água e cafezinho, existem computadores. As notas de testes e provas são lançadas na internet assim que as avaliações são corrigidas e podem ser acessadas pelos pais. As boas condições de trabalho são coroadas por salários bem acima da média praticada na cidade. Um professor de ensino médio não ganha menos de 3 000 reais para uma carga de 22 horas semanais, que embutem aulas, planejamento e atendimento a pais e alunos. Mais da metade do corpo docente trabalha exclusivamente na escola.

Independentemente da série em que lecionam, os professores são estimulados a sair a campo com suas turmas. Lições de matemática acontecem no supermercado, visitas à Fundação Zoobotânica ilustram aulas sobre ecologia ou cadeia alimentar e encontros na Assembléia Legislativa dão a partida em debates sobre o processo eleitoral brasileiro. Em uma semana típica, contabilizam-se dezesseis saídas a campo. Em sala de aula, também existe terreno fértil para a criatividade dos professores. O professor de biologia do 3º ano do ensino médio, Marco Antônio Barbosa, trabalha com casos práticos, fazendo a tipagem sanguínea de todos os alunos de sua turma. No laboratório, seus alunos usam massa de moldar para reproduzir os diferentes tecidos do corpo humano. "No Magnum, tenho a liberdade para criar aulas diferentes e programar atividades extraclasse", afirma Barbosa. As apostilas foram removidas das mochilas dos jovens. "Queremos que o aluno leia livros", afirma José Alonso. "Apostilas não levam o estudante a pensar, a desenvolver a análise e o senso crítico."

 

O diretor-geral José Alonso: preocupação em integrar a escola à comunidade

Para os alunos, a transformação do Santo Agostinho em Magnum Agostiniano significou trabalho extra. "Senti que o nível de exigência aumentou imediatamente", conta Igor dos Santos Fischer, 18 anos, que entrou no Santo Agostinho em 1990 e continuou no Magnum até passar em quarto lugar no vestibular para ciências contábeis na Universidade Federal de Minas Gerais, no ano passado. "A gente logo percebeu que precisava passar mais tempo estudando."

"Nós levamos o aluno a estudar bastante", reconhece o diretor de ensino, Eldo Pena Couto. Além das tarefas diárias, cada estudante recebe mensalmente um bloco de exercícios denominado Atividades Avaliadas Enriquecedoras, questões que envolvem várias disciplinas e exigem criatividade para sua resolução. Alunos relapsos acabam levando para casa trabalho adicional, conhecido como Bloco de Atividades Não Cumpridas. "Deixamos os limites claros para os alunos para que eles saibam que têm um compromisso com a escola e que serão cobrados por isso", garante Eldo. Até a 7ª série, as avaliações não têm hora para acontecer – uma maneira de estimular o hábito do estudo diário. Depois, tornam-se semanais. Quem sente dificuldade em acompanhar o ritmo participa do projeto de aulas de reforço denominado Aprender Juntos. Grupos com, no máximo, dez integrantes são orientados pelos professores da turma, fora do horário de aulas habitual. "Não deixamos ninguém abandonado à beira do caminho", diz José Alonso.

Até a 8ª série, o Magnum tem turmas de manhã e de tarde, com horário integral opcional. O ensino médio possui carga horária puxada, com 34 horas semanais, com aulas todas as manhãs e, duas vezes por semana, à tarde. Nos dois primeiros anos, os estudantes têm a oportunidade de estudar dois idiomas: inglês e espanhol. Aulas de redação e filosofia também enriquecem a grade curricular mesmo durante a preparação para o vestibular. O trabalho social, estimulado durante toda a vida escolar, não é deixado de lado no fim do curso. "Procuramos atender à demanda das famílias, mas não limitamos a 3ª série a ser apenas uma boa preparação para o vestibular", afirma o diretor Henrique Pinto dos Santos. Todos os anos, o colégio é praticamente embrulhado por faixas, cada uma com o nome de um aluno aprovado. Em 2002, 92% dos que se inscreveram para o vestibular conseguiram garantir seu lugar na universidade.

A comunidade demonstrou seu apoio às mudanças em números eloqüentes. Dos 1 700 alunos de 1995, o colégio conta agora com 3 632, matriculados em turmas da educação infantil ao pré-vestibular. Desde então, suas instalações encamparam uma série de sobrados vizinhos, que abrigam a administração. Há dois anos, foi inaugurada uma segunda unidade, o Magnum Agostiniano de Buritis, que pertence a um grupo diferente de sócios. Em Cidade Nova, o Magnum original oferece aos pais a conveniência de concentrar em um só lugar variadas atividades para a criançada. Sem custo adicional, é possível ter aulas de música, teatro e participar de três corais e uma orquestra. O xadrez faz parte do currículo: é ensinado desde os tenros anos da educação infantil até o ensino médio, por estimular a concentração e o raciocínio. Dentro do colégio funciona também um curso de inglês e escolinhas de esporte que atendem 850 crianças de 4 a 14 anos, com iniciação em futsal, vôlei, ginástica olímpica e acrobática, entre outras modalidades. "Aqui o aluno tem condições de descobrir todas as suas potencialidades, tanto na sala de aula quanto fora dela, nas artes plásticas, nos esportes, no teatro e na música", diz o diretor-geral. "Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar talentos."

 

     
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